O ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva disse durante conversa com o Fernando Haddad, nesta
quarta-feira (25), que o presidente Jair Bolsonaro não tem "estatura
psicológica" para governar o Brasil e, portanto, deve renunciar ou
"se faz o impeachment".
"Haddad, acho que nós estamos numa situação
complicada, porque acho que o Bolsonaro não tem estatura psicológica para
continuar governando o Brasil. Ou este cidadão renuncia ou se faz o impeachment
dele, alguma coisa, porque não é possível que alguém seja tão irresponsável de
brincar com a vida de milhões de pessoas como ele está brincando", disse o
ex-presidente.
Lula criticou duramente o pronunciamento de Bolsonaro
no qual o presidente defendeu a flexibilização das medidas de controle ao
coronavírus adotadas pelos Estados e voltou a comparar a doença a uma
"gripezinha".
Citando episódios de seus oito anos de governo para
ilustrar sua fala, Lula disse que o papel de um presidente em momentos de crise
é unir o País, ouvir os melhores especialistas em cada área e tomar decisões
com base em fatos científicos.
Ao falar em renúncia ou impeachment de Bolsonaro, Lula
faz um avanço em relação à posição que defendia desde a eleição do atual
presidente, sempre contrária ao discurso de setores do próprio PT que pedem a
derrubada do governo.
Há menos de duas semanas, o grupo de Lula na direção
do PT barrou tentativa de correntes minoritárias de aprovar o "Fora
Bolsonaro" como bandeira do partido. Até antes do pronunciamento do
presidente na TV, líderes petistas avaliavam que a defesa do impeachment de
Bolsonaro poderia ser interpretada como oportunismo político.
Em suas redes sociais, Lula divulgou a íntegra da
conversa com Haddad, mas não deu destaque para a fala sobre o impeachment.
"O Bolsonaro não está preparado para tocar esse
país. Um presidente não é obrigado a saber de tudo, mas quando você não sabe,
você consulta a sociedade, os especialistas, os governadores. Coisa que em
nenhum momento ele fez" escreveu o ex-presidente.
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