O motorista Rozinélio Matias vem há muitos anos
sentindo-se angustiado pelo comportamento do filho de seis anos. A criança
manifesta repentinos padrões de inquietação ou vai para o extremo oposto, a de
cair em profunda introspecção com comportamentos repetitivos.
O comportamento saiu dos contornos familiares e
atingiu a escola. Nos primeiros dias de aula do filho, Rozinélio foi chamado
pela diretoria da escola, que lhe reportou uma série de comportamentos
disfuncionais do filho. O motorista tinha certeza de que algo estava errado, só
não sabia o que e nem como procurar ajuda, até ver a campanha do autismo.
Levado pela peça publicitária que chama atenção dos sinais do transtorno, o pai
procurou a Assembleia Legislativa e durante o seu relato, recebeu ajuda do
poder legislativo e nesta segunda-feira (5) iniciou o tratamento do seu filho,
Augusto.
“Há algumas semanas, um neurologista disse que meu
filho tem vários sintomas que caracterizam certo grau de autismo. Eu nunca
tinha ouvido falar nisso e ainda estava sem saber como agir. E então veio essa
campanha e mudou tudo”, explicou ele.
A campanha a que se refere é a nova ação institucional
da Assembleia Legislativa e que foi lançada na semana passada. A campanha chama
a atenção para a necessidade de intervenção precoce, pois quanto mais cedo o
autismo for tratado, maiores as chances de uma melhor qualidade de vida.
Rozinélio soube da campanha através de uma reportagem
que viu na televisão e o vídeo institucional. Ele conta que enxergou ali a
oportunidade que lhe faltava. Mas as dificuldades estavam só começando.
“Eu estou desempregado e não tinha como vir aqui.
Então pedi dinheiro emprestado. Agora espero conseguir respostas e uma forma de
saber como tratar meu filho”, revelou.
Sua cruzada por ajuda o levou à sede da Assembleia
Legislativa, onde ele foi recebido por Helga Torquato, psicóloga da Casa e que
tem participado das ações técnicas da campanha. O filho do senhor Rozinélio
Matias será atendido pela fonoaudióloga da Casa e após diagnóstico será
encaminhado ao atendimento especialista.
“Eu fiquei muito contente em saber que posso fazer
mais por meu filho. Vir aqui entender exatamente o que é que ele tem e poder
até traçar uma forma de ajudá-lo. Nem tenho palavras para descrever minha
gratidão”, disse com a voz embargada o motorista desempregado.
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