A ação do Governo do Estado, por
meio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh),
levou o RN ao posto de Estado brasileiro que mais avançou em gestão de resíduos
sólidos. Esse resultado foi obtido por meio do trabalho de estruturação das
regiões, através da implantação de consórcios públicos e da elaboração dos
Planos de Resíduos Sólidos, tanto na esfera estadual quanto nas municipais.
A notícia dessa boa posição veio
do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão de Resíduos Sólidos, do
Ministério do Meio Ambiente (MMA), cujos dados mostram que praticamente todos
os municípios potiguares já atendem as exigências e diretrizes estabelecidas
pela Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (Lei nº 12.305/2010).
O Secretário de Estado do
Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Ivan Júnior, destaca que a Semarh passou
a apoiar 95% dos municípios, com a recente conclusão dos Planos Intermunicipais
de Resíduos Sólidos da região do Mato Grande e Assu, uma vez que o do Alto
Oeste, Seridó e Agreste também estão prontos. “Também finalizamos o Plano
Estadual, documento que planeja a estruturação do Estado na gestão de
Resíduos” diz ele.
O Plano Estadual revisou a
situação dos resíduos sólidos e propôs orientações detalhadas sobre a sua gestãointegrada em
todo Estado, entre elas, que os municípios se organizem em consórcios e
invistam em campanhas educativas aplicadas à temática da coleta seletiva. “O
Plano também propõe que os municípios promovam a inserção social dos catadores
de materiais recicláveis nas ações de gestão, além da recuperação das áreas
degradadas onde funcionam os lixões” explica Sérgio Pinheiro, assessor
técnico da Semarh.
De acordo com Sérgio, o documento
indica ações que deverão ser inseridas nos planos plurianuais do Estado e
Municípios. Ele destaca que durante o processo de elaboração do Plano, a Semarh
levantou algumas informações sobre como acontece atualmente a gestão resíduos
sólidos no Estado, tais como:
· Apenas
8,4% dos municípios têm alguma iniciativa relacionada à coleta seletiva.
· Em
88% dos municípios existe a figura do catador de material reciclável, mas em
apenas 6,6% existe uma organização formal dessa categoria.
· 85,6%
dos municípios já coletam e destinam adequadamente os resíduos do serviço de
saúde mais conhecido como lixo hospitalar.
· Apenas
quatro cidades possuem alguma iniciativa quanto à coleta de pilhas e baterias.
· Cerca
de 50% dos resíduos domiciliares gerados são destinados aos aterros sanitários
de Ceará Mirim e Mossoró por 10 municípios.
· 94%
dos municípios ainda possuem lixões a céu aberto.
Durante a elaboração do
diagnóstico, a Semarh georreferenciou todos os lixões do Estado e caracterizou
a composição dos resíduos gerados em cada município, além da caracterização
socioeconômica e ambiental das atividades geradoras, bem como a identificação
dos passivos ambientais e das áreas degradadas.
A Coordenadora de Meio Ambiente e
Saneamento da Semarh, Clara Câmara, ressalta que todos os Planos foram
construídos obedecendo a uma intensa participação social. “Realizamos oficinas,
audiências públicas e diversas reuniões, em todas as regiões do RN, para cada
região foi formado um comitê de acompanhamento que contou com a participação de
representante dos consórcios, comitês de bacia, FEMURN, etc. Também já
disponibilizamos a versão preliminar do Plano Estadual para consulta e
contribuição pública, no nosso site”, disse ela.
Ivan Júnior ressalta que os Planos
de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, elaborados nos termos estabelecidos
pela PNRS, são condicionantes legais para captação de recursos para os
municípios investirem nessa área. “Esse documento é a principal instrumento de
controle para liberação de verbas, junto ao Governo Federal” explica Ivan
Júnior.
Além dos Planos, a Semarh
elaborou projetos executivos para a construção dos aterros sanitários para
destino final do lixo da região do Alto Oeste, que atenderá 44 cidades, do
Seridó, atendendo 25 cidades, e do Assu que vai contemplar 23 municípios.
Os recursos para as obras de
implantação das estruturas das estações de transbordo e aterros sanitários das
regiões do Alto Oeste e do Seridó já estão assegurados através de um convênio
com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no valor de R$ 22 milhões.
Como parte desse planejamento, a
Semarh também concebeu dezenas de projetos para encerramento de lixões, 30
estações de transbordo, unidades de triagem e postos de entrega voluntária de
pequenas quantidades de podas e entulhos. Os planos e projetos elaborados estão
disponíveis no site da Secretaria.
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